Nossa vivência ao longo de décadas de atuação específica em Segurança e Saúde no Trabalho (1973), mostra que muitas coisas bem feitas, mas também mal feitas, acontecem em diversos lugares, incluindo naqueles países considerados desenvolvidos e até mesmo nas grandes potências.
O eletricista, o técnico e até mesmo o engenheiro eletricista, precisam entender bem e analisar a situação de risco em suas atividades do dia a dia em equipamentos ou instalações elétricas, especialmente aquelas que são alimentadas em Baixa Tensão. Neste contexto, vale ressaltar que a dita Baixa Tensão tem o potencial de provocar uma fatalidade, e é exatamente nela onde ocorre a maioria dos acidentes por choque ou arco elétrico, inclusive no âmbito das concessionárias de energia elétrica.
A nossa placa de advertência, defendida há muitos anos, quase que como uma Bandeira Nacional de “Segurança com Eletricidade na Educação” é a de “Perigo de Morte – Baixa Tensão”, diferentemente do que vem sendo ensinado ao longo dos anos, especialmente às nossas crianças, que são o nosso futuro e, por incrível que pareça, também aos profissionais especializados em eletricidade, novos e seniores.
Placa Educativa – Cesar Vianna | Inspeção no Morro do Alemão – RJ |
Na execução de um trabalho, os profissionais da área elétrica, especialmente os eletricistas, se acidentam pela simples razão de uma crença de que a Baixa Tensão não é perigosa, o que motivou, por exemplo, em 2006, a morte de um eletricista de concessionária de energia elétrica “que se exibia diariamente para as crianças antes de iniciar o trabalho, tentando demonstrar que na baixa tensão não havia perigo, como se fosse um super herói do mal”.
Tal acidente aconteceu em circunstância inesperada por um eletricista antigo de empresa, circunstância esta, que não esteve presente nas inúmeras vezes anteriores, provavelmente combinando fatores como: a resistência reduzida por suor, forma de contato, condições pessoais físicas e emocionais, além de outros fatores que deveriam ter sido considerados para evitar dito acidente.
O fato é que o eletricista menosprezara a Baixa Tensão durante muitos anos e, infelizmente, a teoria se confirmou e penalizando-o de forma contundente em sua prática indevida, naquele dia específico, ou seja, confirmando que o importante não era somente o nível de tensão, mas sim a resistência imposta pelos seus contatos à rede elétrica de distribuição (empresa distribuidora de energia elétrica do nordeste do Brasil), que resultou na corrente elétrica fatal, tema que trataremos em sequência.
E acidentes com Baixa Tensão, acontecem diariamente, em todos os setores produtivos de todos os países, com eletricistas, com curiosos, com pessoas do público e no próprio lar. Por isso, esta parada para nossa reflexão.
Para iniciar o correto entendimento do fenômeno abordado, vamos buscar alguns conceitos básicos da Eletricidade, lembrando Ohm, o físico alemão Georg Simon Ohm (1789-1854), que afirmara “para um condutor mantido à temperatura constante, a razão entre a tensão entre dois pontos e a corrente elétrica é constante. Essa constante é denominada de resistência elétrica“.
Segundo a Lei de Ohm:
O importante personagem, André-Marie Ampère (1820-1881), professor francês de matemática, descobrira como as Correntes Elétricas criavam a atração magnética.
Ampère designa ainda a medida de fluxo de partículas carregadas, os elétrons, e afirma que nos circuitos comuns é apenas a contagem do nº de elétrons que passam por um dado ponto num fio a cada segundo, ou seja, atestando que: Quando seis quintilhões (6.000.000.000.000.000.000) de elétrons passam em um segundo, dizemos que uma corrente de um ampère está fluindo; quando forem 12 quintilhões, dizemos que são dois ampères.
A corrente elétrica é exatamente consequência da tensão, que é a força ou diferença de potencial que vai mover as partículas dentro do condutor, ou seja, aquela quantidade imensa de elétrons.
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