
Frotas de ônibus para além do transporte
Para construir uma cidade inteligente, é necessário coletar e processar dados, de forma a obter informações refinadas sobre a cidade. ...
Todas as cidades brasileiras apresentam problemas de infraestrutura como calçadas levantadas; ruptura de meio fio de calçadas; pragas urbanas como formigas, besouros e cupins; tubulações quebradas e ainda obstrução e queima de fios elétricos devido ao crescimento desordenado das espécies arbóreas utilizadas na arborização urbana. É possível observar nas cidades brasileiras que esses problemas de infraestrutura urbana são ocasionados também por árvores situadas em locais inadequados, como calçadas, muros e redes de água, luz e esgoto (Figura 1).
Figura 1
O crescimento desordenado de árvores e a implantação em locais inadequados resultam em aumento de custos de manutenção da infraestrutura urbana, oneram os orçamentos das instituições públicas e privadas e ainda ocasionam problemas no tráfego de pedestres e automóveis. Os problemas de infraestrutura aqui abordados podem ser prevenidos por meio de um planejamento técnico da arborização urbana. Esse planejamento consiste na escolha de espécies arbóreas em função da disponibilidade de espaço no perímetro urbano e condições pedológicas e climáticas do local a ser arborizado e ainda na manutenção das podas das árvores (Figura 2).
Figura 2
Observando os problemas de infraestrutura urbana em diversas cidades brasileiras também é possível perceber que as espécies vegetais utilizadas no paisagismo urbano são escolhidas simplesmente pelo seu potencial estético e ainda produzem biomassa nas vias públicas prejudicando a limpeza urbana e a coleta de lixo. É necessário ressaltar que a escolha de espécies vegetais do paisagismo urbano é feita, na maioria dos casos, por profissionais que não possuem formação técnica para atuação em parques e jardins e isso também é um fator que agrava os problemas de infraestrutura urbana, o uso de espécies arbóreas que não apresentam potencial para arborização urbana e o planejamento paisagístico por profissionais não habilitados (Figura 3).
Figura 3
A poda das árvores é a principal manutenção que deve ser feita na arborização urbana para melhorias paisagísticas de uma cidade. A poda consiste na limpeza das árvores e arbustos de tal modo que não ocorram brotações direcionadas para as construções e placas de trânsito e contribui com a sanidade das plantas e a estética das vias públicas. A execução periódica das podas nos parques e jardins deve ser feita com uso de equipamento de proteção coletiva e individual, apoio dos órgãos de segurança pública e limpeza urbana visando garantir, respectivamente, a segurança dos trabalhadores da poda, pedestres e motoristas e a alocação dos rejeitos vegetais para o aterro sanitário (Figura 4).
Figura 4
É indicado que as podas das árvores ocorram nas estações outono/inverno para minimizar o desprendimento de cascas dos troncos das árvores e ainda viabilizar a rápida cicatrização das árvores podadas, com isso a realização de podas ao longo do ano não contribui com a limpeza urbana e ainda induz à ocorrência de brotações e demanda de poda em curto intervalo de tempo, resultando em maiores custos com a arborização urbana.
É necessário ressaltar que a poda é feita em função do problema ocasionado pelo crescimento desordenado da arborização urbana, ou seja, a poda direcional é aquela para melhorias na rede elétrica; poda de desbaste é feita para melhorias luminosas nas vias públicas, jardins e parques; a poda de redução deve ser feita para melhorar a visualização das placas de trânsito e semáforos; já a poda de levantamento é aquela feita para facilitar a execução de obras e tráfego de pedestres (Figura 5).
Figura 5
A poda das árvores é essencial para a manutenção da beleza paisagística das cidades e normalidade do tráfego. Com isso, a manutenção da beleza estética de uma cidade e a segurança nas vias públicas é alcançada pela implantação da arborização urbana em solos profundos, bem drenados e não poluídos; que as espécies arbóreas apresentem baixa demanda de água; realização periódica da adubação e inspeção sanitária das árvores.
Tendo em vista que o perímetro urbano está sempre em crescimento, é necessária a remoção de árvores para viabilizar obras civis, melhorar o tráfego e evitar acidentes como queda sobre construções e ruas devido ao ataque de pragas. É de competência dos municípios o manejo da arborização urbana em vias públicas (Lei 10257 de 2001), principalmente nos casos de remoção de árvores para melhorias na infraestrutura urbana e também para evitar a disseminação de sementes de espécies arbóreas incompatíveis com a localidade (Figura 6).
Figura 6
O planejamento e a manutenção do verde urbano resultam na prevenção e resolução de problemas de infraestrutura nas cidades; diminui custos nos orçamentos dos órgãos públicos e privados e ainda permite o controle das erosões, melhora o microclima da cidade, reduz a velocidade do vento e formação de poeiras e ainda agrega valor econômico na cidade, atraindo investimentos.