– Projeto e implantação de equipamentos e sistemas para atender a coleta domiciliar nos bairros informais e comunidades. Os equipamentos especializados para a limpeza urbana existentes são projetados para atender a cidade formal, que contam com arruamento definido e de boa qualidade. Isso não ocorre nos bairros onde reside a população mais pobre, ocasionando atendimento precário. Há que se buscar, portanto, soluções de veículos e equipamentos apropriados a essas condições urbanas.

– Redução do custo do sistema de coleta. Utilização de ferramentas para otimização de roteiros e uso de equipamentos que reduzam o custo total do sistema de coleta domiciliar, visto que este é um dos itens de maior despesa no orçamento municipal. Esta atividade é desenvolvida e operada por engenheiros especializados em logística.

– Mecanização da limpeza das ruas. A grande quantidade de mão de obra operando em condições inseguras indica a necessidade da ampliação do uso de varredeiras mecânicas, do estabelecimento de roteiros otimizados por softwares e acompanhamento por GPS e de sistemas de manutenção operados por engenheiros de sistema e engenheiros mecânicos.

– Separação automatizada dos componentes do lixo domiciliar. O lixo urbano é composto de muitos elementos heterogêneos, logo, para o reaproveitamento dos seus componentes – plástico, metais ferrosos e não ferrosos, papel, papelão e vidro – deve haver uma separação por via mecânica, o que ainda depende de equipamentos caros e de eficiência sofrível; por isso precisam ser aprimorados pela engenharia para ampliar a viabilidade de seu uso.

– Transporte dos resíduos por via de dutos. Em alguns países europeus já foram implantados sistemas de dutos subterrâneos a vácuo, para transportar os resíduos produzidos nos domicílios até os centros de processamento ou de destinação final. Esses sistemas, além de mais higiênicos e práticos, eliminam o tráfego de caminhões de coleta pelas áreas urbanas, com todas as vantagens disso decorrentes. Esses sistemas, necessariamente, têm que ser projetados e operados por engenheiros especializados em transporte em dutos.

– Viabilização do aproveitamento energético dos resíduos. A alternativa do aproveitamento energético dos resíduos urbanos, que possuem poder calorífico semelhante ao do bagaço de cana para produção de vapor ou geração de energia elétrica, vem sendo utilizada há mais de um século em países europeus e, mais recentemente, em países asiáticos e nos Estados Unidos, mas ainda não logrou viabilidade econômica em nosso país. Essa alternativa, operação complexa e de cuidado direto de engenheiros, exige equipamentos sofisticados e políticas públicas ainda não estabelecidas.

Sistemas que racionalizem e reduzam custos, respeitem as exigências ambientais e tragam conforto, bem estar e segurança para a população – inclusive aos moradoras das áreas mais pobres, carentes de urbanização e portanto com dificuldade de atendimento regular – é uma importante questão para a sociedade. Entretanto, engenheiros de várias modalidades podem colaborar para a solução do desafio de termos sistemas de coleta e destinação de resíduos que atendam às necessidades de nossas cidades.