Vamos conversar sobre Eficiência Energética?
Para que essa conversa seja proveitosa, precisamos lembrar dos aspectos mais importantes, conceitos e benefícios da aplicação da Eficiência Energética. Se aplicada corretamente, as medidas de Eficiência Energética contribuem diretamente para a redução dos custos operacionais, aumento da vida útil dos equipamentos e melhoria da qualidade dos produtos e serviços.
Para entendermos todos os benefícios da Eficiência Energética (EE), é importante esclarecermos algumas questões:
O que é Eficiência Energética?
Podemos definir Eficiência Energética como uma atividade que busca reduzir o consumo de energia em um determinado processo, sem comprometer a segurança e a qualidade do bem produzido ou do serviço prestado.
Implementar ações de Eficiência Energética é muito complexo e caro?
Nem sempre. Existem várias medidas de baixo custo e complexidade que garantem uma economia de energia significativa. Quanto maior for a sofisticação do processo produtivo e da solução eficiente proposta, maior será o custo e a complexidade da implementação, levando, geralmente, a maiores ganhos.
Existem medidas de Eficiência Energética genéricas que podem ser adotadas em qualquer ambiente (comercial ou industrial)?
Não. O que existem são princípios eficientes, alguns mais difundidos que outros. A sua aplicação depende de uma análise prévia de cada instalação. Não existe uma “receita de bolo”. Cada caso tem suas particularidades, que precisam ser mapeadas e analisadas. Falando de iluminação, em um ambiente onde a fidelidade na reprodução das cores é um item fundamental, como em uma fábrica de tintas, a lâmpada LED comum, que possui um Índice de Reprodução de Cor (IRC) na faixa de 80, também não seria indicada, apesar de ser um equipamento eficiente.
Qual a diferença básica entre Eficiência Energética e Racionamento de Energia?
Apesar de os dois casos terem como resultado final a economia de energia, o processo de Racionamento de Energia pode comprometer a qualidade do bem produzido ou do serviço prestado.
Qual o tempo de retorno do investimento em ações de Eficiência Energética?
Não existe um valor fixo, pois o tempo de retorno depende de vários fatores. Contudo, com base na experiência em diversos projetos, em geral o tempo de retorno, por exemplo, em sistemas de iluminação, varia entre poucos meses até um ano. Existem casos em que o retorno é imediato, especialmente quando a medida de Eficiência Energética está associada a ajustes no processo, sem a necessidade de aquisição de novos equipamentos, como no caso de mudanças no setpoint de sistema automatizados.
O sucesso de um Programa de Eficiência Energética está diretamente relacionado ao cuidado no seu processo de implementação. Existem basicamente 12 passos muito bem definidos.
Sensibilização do Cliente: esta etapa serve para repassar ao cliente os conceitos, as possibilidades, as etapas e os benefícios de um Programa de Eficiência Energética.
Visita Técnica Preliminar: serve para identificar os tipos de sistemas e equipamentos existentes no cliente, a necessidade de instrumentação e as características operacionais.
Proposta do Diagnóstico Energético: com base na Visita Técnica, é elaborada uma Proposta Comercial para a realização do Diagnóstico Energético, a ser apresentada ao cliente.
Diagnóstico Energético: nesta fase é feito o levantamento de todas as oportunidades de economia de energia. O relatório do Diagnóstico Energético apresenta, além dos pontos de desperdício de energia, as medidas de eficiência energética, com seus custos e benefícios associados.
Plano de Ação: usando os dados do Diagnóstico Energético, é possível elaborar um Plano de Ação, onde será feita a priorização das medidas a serem implementadas.
Financiamento: nesta etapa são analisadas as possíveis fontes de recursos para patrocinar a implementação das medidas eficientes.
Projeto Executivo: é feito o detalhamento das medidas eficientes, com o desenvolvimento dos respectivos projetos de engenharia para cada item.
Medição (antes): o detalhamento do Plano de Medição e Verificação é feito nesta etapa. Isso é importante para a criação da Linha de Base do consumo de energia de cada sistema que será modernizado.
Implementação: trata-se da efetiva implementação das medidas eficientes, ou seja, a implantação do Projeto Executivo, envolvendo a compra de equipamentos e obras civis e elétricas.
Medição (depois): com base no Plano de Medição e Verificação, são refeitas as medições do consumo de energia depois da implementação das medidas eficientes. Os valores medidos são comparados com as medições (antes), proporcionando assim a quantificação da efetiva economia de energia.
Compartilhamento dos Resultados: os resultados aferidos na etapa anterior são agora distribuídos entre os participantes do processo, de acordo com a previsão percentual prevista no Plano de Medição e Verificação.
Gestão de Energia: esta etapa é fundamental, pois a implementação de um programa de Gestão de Energia garante que os desperdícios que foram eliminados não retornem, perenizando os ganhos de energia.
A falta de alguma destas etapas pode causar problemas no resultado final, inserindo riscos desnecessários no processo.
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