Uma homenagem a Pedro Pinchas Geiger pelo Dia do Geógrafo
Defensor incansável da importância de uma abordagem interdisciplinar, destacando a necessidade de integrar diferentes áreas do conhecimento para uma compreensão ...
Todos os dias recebemos, via satélite, pelos meios de comunicação, o mundo editado aos pedaços, o que contribui para que construamos uma visão do mundo que nos faz sentir, cada vez mais, que nosso destino está ligado ao que acontece no mundo, no planeta. Conceitos como: globalização, mundialização, planetarização, territorialização, nova ordem mundial, multiculturalização, são palavras que, cada vez mais, começam a construir uma nova comunidade de destino, em que a vida de cada um já não se acharia mais ligada ao lugar ou ao país onde se nasceu, pelo menos, não do mesmo modo que antes. Com a questão ambiental estamos diante de questões de claro sentido ético, filosófico e político.
Que destino dar à natureza, à nossa própria “natureza” de seres humanos? Qual é o sentido da vida? Quais os limites da relação da humanidade com o planeta? E os profissionais das tecnologias vinculados ao nosso Sistema Confea/Creas, são importantes nas mudanças destes paradigmas? O que fazer com o nosso antropocentrismo quando olhamos, do espaço, o nosso planeta e vemos como ele é pequeno e quando entendemos que somos apenas uma dentre tantas espécies vivas de que nossas vidas dependem?
Dizer que a problemática ambiental, e principalmente da nossa Amazônia é, sobretudo, uma questão de ordem ética, filosófica e política. Todos são culpados, por isso é simples desviar de um caminho fácil que nos tem sido oferecido: o de que devemos nos debruçar sobre soluções práticas, técnicas, para resolver os graves problemas de poluição, desmatamento, erosão, obras em espaços irregulares e ambientais. Esse caminho nos torna prisioneiros de um pensamento herdado que é, ele mesmo, parte a ser analisado.
Existe uma crença acrítica nos dias atuais? Será que sempre há uma solução técnica para tudo? Com isso, ignoramos que há o sistema técnico e político? Estão aí para tudo, mesmo que para isso a ética profissional esteja em um segundo plano. Com isso ignoramos que o sistema técnico inventado por qualquer sociedade traz embutido em si a sociedade que o criou, com as suas contradições próprias traduzida nesse campo específico. Essa crença ingênua no papel redentor da técnica é uma invenção muito recente na história da humanidade – da Revolução Industrial para cá – e faz parte do ideário filosófico do iluminismo.
Esses últimos duzentos e cinquenta anos culminam hoje, com a necessidade do planeta (diga-se aquecimento global ou mudanças climáticas). Vivemos a sociedade dos riscos (segundo os pensadores Giddens, Santos, Peter,Virilio, Beck, 2005). Eis o caminho, mais difícil, sem dúvida, que haveremos de percorrer se quisermos sair das armadilhas de noções fáceis que nos são oferecidas pelos meios de comunicação, como a “qualidade de vida” ou “desenvolvimento sustentável“(Porto Gonçalves, 2006, p.120) ou “responsabilidade social” que pela sua superficialidade, nos preparam hoje, com toda a certeza, a frustração de amanhã.
O debate ambientalista, com frequência, se vê acusado de querer voltar ao passado, ao estado de natureza, de serem contra o progresso e o desenvolvimento, e, por sua vez, adquire fortes “conotações esquizofrênicas”. Para alguns, o simples porque, na maioria das vezes, exige o Estudo de Impactos Ambientais e Relatórios de Impactos Ambientais (EIA/Rima) já é motivo de celeuma em que a extrema gravidade dos riscos que o planeta enfrenta contrasta com as pífias e tímidas propostas do gênero “plante uma árvore”, promova a “coleta seletiva de lixo” ou “desenvolva o eco-turismo” (Porto Gonçalves, 2006). Dessa forma, aquele estilo de consumo e modo de produção que nos anos 1960 se chamou criticamente de “lixo ocidental” está hoje reduzido a projetos de coleta seletiva do lixo, do “lixo ocidental” – agora mantido sem crítica. Estaríamos, assim, abandonado a crítica do projeto civilizatório europeu (burguês, branco, machista) como, nos anos 1960, se fez com a crítica à idéia de desenvolvimento, ideia-chave do constructo moderno.
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