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Em 15 de março de 1971, último dia da administração do governador Negrão de Lima, é inaugurada a Nova Praia de Copacabana: alargada, urbanizada e tendo tomado cerca de 80 metros do mar, em toda a sua extensão. Assim, nascia um dos maiores ícones do turismo nacional.
Essa história começou no ano de 1960. A capital da República foi transferida para Brasília e a cidade do Rio de Janeiro, transformada em Estado da Guanabara, se defrontou com uma realidade diferente, perdeu seu status político e a sua principal base de sustentação, os subsídios orçamentários do governo federal.
Sem atividades econômicas expressivas capazes de gerar arrecadação necessária ao atendimento das necessidades de sua população, só podia contar com seus próprios recursos. O crescimento de suas atividades econômicas dependia principalmente do turismo – sua vocação principal, já que o comércio e a sua indústria de pequeno porte não eram bastantes nem suficientes para o seu desenvolvimento.
Mas turismo, entretanto, não nasce espontaneamente. Requer investimentos públicos e privados para construção de hotéis e capacitação de pessoal, facilidades de trânsito, melhoramento das condições sanitárias e outras atividades capazes de atrair capital e criar condições para seu crescimento.
Parte dessa tarefa coube à Superintendência de Urbanização e Saneamento do Estado da Guanabara. Com o sucesso das obras do Aterro do Flamengo e Praia de Botafogo, a SURSAN contratou, em 1965, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil de Portugal para realizar estudos de viabilidade, em modelo reduzido, para o alargamento da Praia de Copacabana.
Após anos de estudos cartográficos e batimétricos, de correntes marítimas, de ventos e da estabilidade da praia, em 1968, o LNEC concluiu que seria viável o “engordamento” da praia em até 80 metros, sem necessidade de obras marítimas adicionais.
Coube aos engenheiros e arquitetos da SURSAN desenvolver os projetos de ocupação da faixa ganha ao mar, urbanização e paisagismo da área alargada e a contratação das obras e serviços de engenharia necessários.
Em 27 de março de 1970, o editorial do Jornal do Brasil destacava que “…o alargamento de Copacabana não é um capricho da engenharia brasileira nascida de laboratórios portugueses…”
Mas porque alargar a praia que até o final do século XIX era apenas um areal?
Nos anos de 1940 e 1950, Copacabana apresentou um crescimento populacional muito grande, com forte desenvolvimento imobiliário e construção de grandes edifícios em sua orla, o que, de certa forma, desfigurou sua paisagem. A década seguinte, anos 1960, marca o desenvolvimento da indústria automobilística no Brasil com forte crescimento da produção de automóveis, influenciando decisivamente para a saturação dos sistemas viários da cidade, cujas ruas, em grande parte, tinham largura média de sete metros.
Congestionamento na Av. Atlântica no final anos 1950 (foto O Globo)
Desde o início de sua urbanização a praia sofria os efeitos de fortes ressacas, destruindo o muro do cais e bloqueando extensas áreas junto aos prédios. Até mesmo em períodos mais recentes, edifícios construídos em sua orla tinham seus subsolos atingidos com a areia jogada pelo mar. Em certas épocas do ano, áreas significativas da praia eram tomadas pelas águas do mar.
Ressaca de 1921 (foto Augusto Malta)
Av. Atlântica esquina Santa Clara, 1965 (foto O Globo)
Enquanto se desenvolviam os projetos de urbanização, foram contratados os serviços de alargamento da faixa de areia. Para a faixa de areia da Avenida Atlântica, foram dragados 3, 3 milhões de metros cúbicos retirados da Baía de Guanabara e transportados por tubulações através das avenidas Wenceslau Braz, Túnel Novo e Avenida Princesa Isabel. Já para a faixa litorânea, um milhão de metros cúbicos foram retirados e transportados por uma draga autotransportadora desde a entrada da Baía de Guanabara.
Fotos de arquivo pessoal e da SURSAN
A implantação de um interceptor oceânico permitiu que o esgotamento sanitário de extensa área da Zona Sul deixasse de ser lançado nas águas da Baía de Guanabara, sendo transportado pelo interceptor até o lançamento submarino em Ipanema.
Interceptor oceânico em construção (foto de arquivo SURSAN)
Para urbanização da área aterrada foram discutidas e analisadas diversas contribuições entre as quais destaca-se a que foi sugerida por Lúcio Costa, que em parte é apresentada a seguir.
Foto de arquivo pessoal
Foram contratadas as obras de construção de um novo muro de contenção (muro do cais), calçadas, estacionamentos, vias trafegáveis e com o Burle Marx foi contratado os desenhos dos grandes painéis que constituem o calçadão junto aos prédios e o calçadão central.
Destaque-se que parte do projeto inicial foi desfigurado ao longo de administrações subsequentes, com implantação de ciclovia, ocupação das calçadas por bares e restaurantes, muitas vezes sem preocupação da estética, de modo que hoje não é mais igual ao que foi entregue há 50 anos.
Copacabana em 15/03/1971 (foto de arquivo SURSAN)
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