Agricultura e sustentabilidade na era da inteligência artificial
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A produção cafeeira no estado do Rio de Janeiro é uma das cadeias de alimentos que mais se desenvolve no Brasil. Destaque ao segmento de cafés especiais, no que diz respeito aos atributos que agregam valor ao produto final. Ou seja, a qualidade orgânica dos grãos, o fair trade, certificados nacionais e internacionais são apenas alguns dos fatores que dão reconhecimento e competitividade à produção familiar local, atraindo cada vez mais empreendimentos rurais e geração de renda aos pequenos e médios produtores fluminenses.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (Seappa), é uma das entidades públicas responsáveis por estimular e organizar os agricultores familiares de acordo com cada cultura agrícola, considerando as potencialidades naturais de cada região.
Dados do último relatório de acompanhamento da safra brasileira de café, publicado em setembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), projetam uma variação positiva de 28,6% na produção de sacas deste ano sobre 2021: estima-se 288 mil sacas beneficiadas no estado em comparação com 224 mil sacas do ano passado.
Embora seja uma das menores áreas de produção do país (10,5 mil hectares em 2022, segundo a Conab), os índices de produtividade são satisfatórios, sendo que a projeção até final de agosto era de que 55% das lavouras registradas estivessem sendo colhidas. O gerente regional de café da Emater-Rio, Gustavo Polido, explica que tratando-se da cafeicultura há um fator preponderante chamado bienalidade, quando um ano ela tem período de alta produção e no outro ano um decréscimo na colheita.
De acordo com Polido, considerando a bienalidade do café, em que um ano ele floresce mais e no outro a produção decresce, neste ano houve alta produtividade em diversos pontos se comparado com 2021. Até o momento, são poucos os produtores que restam para acabar a colheita da safra, então está praticamente fechado. Houve aumento de mais de 127% no preço da saca de café; no ano passado o estado faturou o montante de R$ 151 milhões e em 2022 foi melhor ainda: cerca de R$ 345 milhões que ainda estão sendo contabilizados. “A produção de sacas registrou aumento de 36%, sendo que em 2021 produzimos 13.351 toneladas e neste ano contamos 18.128 toneladas de grãos ensacados”, detalhou o gerente regional de café da Emater-Rio, Gustavo Polido.
Sobre a safra 2023, ele relatou que houve boa floração das mudas, e que os produtores ficaram esperançosos, embora o período de escassez hídrica tenha impactado grande parte das lavouras. “É muito cedo para falar de projeções da safra do ano que vem, porque temos que observar o comportamento das lavouras a partir do período de chuvas; e aí acompanhar a recuperação delas”, completou Polido.
Sendo a segunda cultura no estado com maior número de produtores, a cafeicultura fluminense está mais concentrada na região Noroeste, com 80% da produção, seguida pela região Serrana, com 18%, o Vale do Café, no Sul, com 1% e as regiões Centro e Norte também com 1%. A relação com as entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) reforça o crescimento do café no estado, que em 2021 teve faturamento bruto de R$ 151 milhões, com variação positiva de 14% em relação a 2020.
Nesse sentido, Polido reforçou a importância de eventos sazonais e temáticos que explorem a expertise e qualidade da produção e o maior interesse de produtores em todas as regiões fluminenses. O Dia de Campo é um dos eventos recorrentes no portfólio dos extensionistas da Emater-Rio para conectar conhecimentos, ofertar orientações, tecnologias atualizadas e atendimento técnico aos agricultores.
Programas de incentivo
Através de projetos como o Programa Especial de Fomento Agropecuário e Tecnológico (Agrofundo), de crédito rural, o Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa Alimenta Brasil (PAB), o acesso a mercados institucionais é facilitado, promovendo segurança alimentar e nutricional às comunidades rurais. Neste ano, o café foi um dos sete itens inclusos na cesta de alimentos da agricultura familiar para a merenda das escolas municipais e estaduais. Até maio deste ano, a Emater-Rio angariou às famílias produtoras mais de R$ 2,2 milhões nas chamadas públicas para a compra das cestas.
O PNAE determina que ao menos 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) sejam para a aquisição de alimentos da agricultura familiar, complementando a renda com prefeituras municipais e governos estaduais. A Emater-Rio facilita a inscrição de produtores para o programa e capacita os municípios desde 2009 para o escoamento de produtos agrícolas e o abastecimento alimentício.
Alguns exemplos recentes no plano de desenvolvimento da cafeicultura ocorreu em Bom Jesus do Itabapoana, no curso de análise física e sensorial de café e no Dia de Campo, contando com extensionistas rurais do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper-ES), com o tema “Tecnologia Aplicada para a Cafeicultura de Montanha”, visando coletar e compartilhar boas práticas de manejo agroecológico dos cafés especiais e gourmet.
A supervisora local de Bom Jesus, Luisa Junger, contou que o encontro reuniu aproximadamente 200 participantes, distribuídos em duas estações para demonstrações de técnicas nas lavouras. No primeiro momento, foi ministrada uma palestra pelo Incaper-ES abordando o pós-colheita, e em seguida o gerente da Emater-Rio, Gustavo Polido, e o técnico do Ministério da Agricultura (Mapa) falaram sobre Tecnologias aplicadas à Cafeicultura de Montanha.
O supervisor técnico da região Noroeste da Emater-Rio, Matias Rocha, também frisou a troca de experiências como um fator-chave no desenvolvimento da cultura do plantio. De acordo com Matias, a região fronteiriça com o Espírito Santo é mais avançada em determinados pontos da cadeia produtiva, na região de Caparaó, o que reflete na qualidade do plantio. Eles ganham concursos com frequência, várias vezes com o título de melhor café do Brasil, então é muito oportuno por estar próximo com a divisa do Rio de Janeiro e propiciar o estreitamento da comunicação entre os técnicos para compartilhar tecnologias de manejo.
Com forte intercâmbio de vivências técnicas, os extensionistas da Emater-Rio promovem capacitações contínuas para a extensão rural aplicada em cada município do estado, contribuindo para o desenvolvimento da cafeicultura no estado do Rio de Janeiro.
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