A segunda maior cúpula do mundo está em Petrópolis
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A chegada do trem na cidade de Petrópolis ocorreu há 140 anos. A presença da ferrovia foi um fator fundamental para o desenvolvimento urbano e econômico do município, particularmente caracterizado pela indústria, principalmente têxtil e que teve durante muito tempo sua representação na presença da Rua Teresa, polo de moda da região.
Não obstante, ao longo do trajeto feito pela Estrada de Ferro, observa-se no tecido urbano da cidade, a presença de centralidades ligadas às estações e paradas do trem, bem como a ocupação mais intensa ao longo da linha.
A chegada do trem ao centro da cidade, na Estação Petrópolis, recriou uma dinâmica importante no município, uma vez que a presença da estação permitiu o fluxo diário de passageiros na ida e vinda para a cidade do Rio de Janeiro.
Por fim, mas não menos importante, a flexibilização do transporte permitiu uma dinâmica de trabalho no centro de Petrópolis com os distritos e as cidades vizinhas, uma vez que havia um grande fluxo de trabalhadores que prestavam serviço tanto ao Rio de Janeiro quanto às Minas Gerais.
Apesar da lamentável desativação da Estrada de Ferro na década de 60, seu legado ainda permanece intacto e imortalizado no brasão do município. Em um momento da cidade, no qual a palavra reconstrução se faz presente por todos os lados, nada melhor do que recorrer a esse passado glorioso da cidade como inspiração.
A chegada do trem ao município também marcou um momento importante para a inovadora Petrópolis, que foi ícone na história do Brasil, por ter sido a primeira cidade a exibir um filme brasileiro em território nacional, inserindo a cidade no contexto cinematográfico do país.
No dia 1º de maio de 1897, no Teatro Cassino Fluminense, na Avenida XV de Novembro, hoje Rua do Imperador, foi exibido o filme de curta metragem brasileiro, do tipo documentário, mudo e em preto e branco, com direção de Vittorio Di Maio, que mostra a chegada do trem na estação de Petrópolis.
A autenticidade do filme foi posta em dúvida aventando a hipótese de tratar-se de filme estrangeiro, onde o título poderia ter sido mudado para atrair o público petropolitano. Após estudos comparativos baseados em iconografia brasileira e estrangeira da época, foram esclarecidas todas as dúvidas. Os pesquisadores Jorge Vittorio Capellaro e Paulo Roberto Ferreira atestaram tratar-se de filmagem brasileira e verdadeira, apresentando esta nova visão no livro “Verdades sobre o Cinema Brasileiro”, editado pela FUNARTE no ano de 1997. Infelizmente não há vestígios do filme e não existem informações sobre sua projeção em outros locais do país.
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